sábado, março 18, 2006

Noir.

Max, já lhe disse que não queria mais ver sua cara feia pela minha cidade. Sua cidade? Ora, Mr. Ford, don't make me laugh! Esta cidade deixou de ser sua desde que depuseram Halford! Fumo meu cigarro onde quero, ensopo meu sapato onde quero, sujo minha barra da calça onde quiser, cheiro esgoto onde meu nariz me mandar cheirar esgoto, Ford. Crying City é terra de todos e de ninguém.

Herman Ford calou-se, olhou para os trogloditas atrás de si, soslaiou para Max Trie, pitou seu charuto e disse, gesticulando em círculos com a mão enluvada. Max, você tem razão; esta cidade não pertence a ninguém, logo pertence a todos. E, se não me foi tirado este privilégio, gosto de pensar que ainda sou membro honorário da raça humana. Logo, Crie City me pertence; é minha dama, e como tal, tenho que zelar pelo seu bem-estar, mesmo ela não sabendo diferenciar a good stuff da bad. E você, Max, é uma espinha no rosto da minha

Quer dizer que vai me espremer, Ford? Você não teria coragem de espremer o homem que está fodendo sua esposa, teria, Herman? Ora, pela sua cara, deixe-me dizer o que vejo nos seus olhos: você sabia que estava sendo traído, não por Crying, mas pela sra. Trixie Bubbles. Sabia que suas saídas às escondidas não eram ao cabeleireiro. Sabia que o cheiro de colônia na estola não fora comprado por ela. Sabia que o descaso por você era culpa de algum desgraçado que molha a barra da calça pelos becos de Crie.Mas você não sabia quem estava saboreando a moça, não é, Herman? Claro que não.

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