quinta-feira, março 09, 2006

A loura.

Ela saiu do banho, loiraça, de fazer toda Beira Mar ficar com torcicolo. Enrolada numa toalha rosa, aqueles cachos molhados, os olhos azuis, a boca vermelha sem batom. Um ventinho da janela esquecida aberta e zum, pernas pra que te queremos.

A televisão estava ligada. Jornal Nacional, e tinham morrido mais não sei quantos e um cineasta tinha se imortalizado na ABL. No mais, tudo que a gente não conseguia alcançar tinham pintado de cinza: um dia nublado, aqueles que a chuva tá cai-não-cai.

A loiraça, voltando para ela, que parecia ser a protagonista, sacou as unhas vermelhas e pontiagudas, apontou em direção ao homem na tela, respirou fundo, fechou a toalha, escondeu suas vergonhas, desligou a televisão e foi escovar os curtos cabelos, que hoje era.

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