quinta-feira, julho 19, 2007

A hora de Wilson

A hora, como todas as outras horas, havia se aproximado e Wilson, não sendo bobo nem nada, decidiu por fazer o que fizeram os garotos do Dead Poets Society: to seize the day.

A vida nunca foi tão bela; os lagos, nunca dantes navegados, eram cristalinos; os problemas, pouco mais que uma caminhada de distância da resolução; os beijos! ah, os beijos... tudo encaixava-se num quebra-cabeça latente. Wilson regojizava-se da descoberta deste seu lado perfeito e semi-divino, praticamente eterno.

Chegou, então, a hora de Wilson, e como tudo nesse mundo de palavras e pontos-finais, acabaram-se seus lagos nunca dantes cristalinos, seus problemas resolucionados, sua vida tão-bela, seu beijos - ah, seus beijos... - O quebra-cabeça a hora desmontou sem guardar de volta na caixa, deixando as peças jogadas pelo chão do apartamento alugado.